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  Monday, June 30, 2003  

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O Começo do Fim

Amigos e leitores. Hoje é o começo do fim deste blog. Em 1 semana estou de volta ao Brasil. Está será a semana de adeus à Nova York e adeus a este blog. Salvo se encontrar inspiração e um nome apropriado pra continuação em São Paulo, there is no more blog. Independentemente da inspiração e do nome, o certo é que o “Amarar em New York” tem dias contados de vida: morre em 7 dias. Não há nada a ser feito e não adianta acreditar em reencarnação. Se continuar a vida de blogueiro em São Paulo, precisarei de novo título. Pensei em “Amarar na Capitar”. Mas preciso de ajuda. Alguém se habilita?

posted by The guy behind a screen @ 10:21 AM |

  Wednesday, June 25, 2003  

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Sobre Jornais

Meu querido amigo Freddy Bilyk, que por contingências de trabalho abandonou temporariamente seu blog, chegou a me pedir, meses atrás, em seus áureos tempos de salivamento blogal, que eu escrevesse um artigo comparando os jornais norte-americanos. A tarefa foi sendo deixada de lado, na expectativa que um lampejo de inspiração ou um espírito empreendedor tomasse meu corpo. Nenhum dos dois veio. Mas eis que na pequena área, o juiz marca pênalti. E o que parecia jogo perdido muda de cenário. Pois ontem caiu na minha mão essa comparação dos jornais locais. Me parece irretocável, ainda que não possa me manifestar sobre alguns dos periódicos lá da costa oeste, sob o vento do Pacífico. Ainda assim, soa bastante razoável.
Se adotasse o método no Brasil, o equivalente abaixo ficaria assim: Número 1. para o pódio em conjunto de O Estadão e a Gazeta Mercantil; 2. para o “O Globo” e “Valor Econômico”; 3. para a “Folha de São Paulo”, que ganharia mais 2 coroas, a de número 4, do ponto de vista orgânico, e a de número 9, sob o aspecto comportamental, já que tecnicamente não pertence ao grupo 3. O número 7 e 8, em conjunto, iria em prêmio especial para o “Notícias Populares”, de São Paulo. Não numeraria mais nada, pois não há mais jornal regional no Brasil que saia das províncias e justifique afirmações genéricas. A única exceção vai para o item 6, com título honorífico para o “Jornal do Brasil”. Me digam, é ou não uma grande verdade?
Eis as definições:
1. The Wall Street Journal is read by the people who run the country.

2. The Washington Post is read by the people who think they're running the country.

3. The New York Times is read by people who think they should run the country.

4. USA Today is read by people who also think they should run the country, but don't understand the New York Times.

5. The Los Angeles Times is read by people who wouldn't mind running the country, if they could spare the time, and if they didn't have to leave L.A. to do it.

6. The Boston Globe is read by people whose parents used to run the country, and did a far better job of it, thank you very much.

7. The New York Daily News is read by people who aren't sure who's running the country, and don't really care as long as they can get a seat on the train.

8. The New York Post is read by people who don't care who's running the country, as long as they do it while having an affair with someone else's wife.

9. The San Francisco Chronicle is read by people who aren't sure there is country, or if there's anyone running it, but if there is, and whoever is running it, they're against it.

10. The Miami Herald is read by people who are running another country, but need the baseball scores.

posted by The guy behind a screen @ 12:58 PM |

  Monday, June 23, 2003  

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posted by The guy behind a screen @ 7:41 PM |

   

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posted by The guy behind a screen @ 6:20 PM |

   

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Quase acabando...



Essa foto foi tirada pela minha amiga Ana Cristina, quando voltávamos da praia na semana passada. A vista do skyline de Nova York é uma emoção que só se compara com aquele pôr do sol no Leblon ou com a imagem da Tour Eiffel no início da noite. Você olha e olha e toda vez parece ser a primeira. São dessas imagens que não desaparecem. Como disse Cartier Bresson, o fotógrafo: "O que me interessa é o instante e a eternidade".
Já estou ficando com saudades...

posted by The guy behind a screen @ 10:51 AM |

  Sunday, June 22, 2003  

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O Ser Amoral

Outro dia me deparei com um ser amoral. Um indivíduo brasileiro, da categoria amoral. Achei que os amorais estavam extintos no Brasil. Ou ao menos fizessem apenas parte de uma raça sob o risco de perecimento, em companhia do mico-leão-dourado e alguma lagarta de cinco patas. Algo que você fica só sabendo pela imprensa, por necessidade de diversificação de temas, mas não se depara na esquina, ali, comprando leite.

Talvez realmente estejam em vias de extinção, o que só faz aumentar a curiosidade sobre a espécime. Pois é difícil imaginar que amorais ainda existam. Amorais estão entre os piores do pior da espécie humana. Não porque sejam os mais maldosos. Não são. Amorais são até dóceis. Mas são piores que os imorais, porque amorais são incorrigíveis. Pior, não contam com antídoto.

A imoralidade tem cura. A amoralidade não. O imoral planeja, sorrateiramente, a fraude ao credor. Franze a testa sob o risco de ser apanhado e anda às espreitas, com desculpas na manga para o caso de ser pego. Não nega o sistema, apenas tenta superá-lo vez ou outra, num momento de distração. Mas não o ignora nem lhe dá de ombros. Procura apenas derrotá-lo, aproveitando-se de suas falhas intermitentes. É o que os investidores tentam fazer no mercado de ações: “beat the market” é a expressão. Ou seja, o imoral joga o jogo jogado e apenas tenta dar a cotevalada certeira quando o juiz estiver desatento. Se for pego e expulso, vai para o chuveiro e não discute o ato cometido. Sabe que está errado.

Por isso não me parece muito preocupante a corja imoral. Sobretudo aquela entre os políticos. Para ser um imoral político, o sujeito precisa fazer toda a mis-en-scéne moralista. Fulano sobe no caixotinho e condena, veementemente, a prática do racismo. Saliva com ferocidade contra a corrupção. Berra os 10 mandamentos e chora ao carregar o bebê doente no colo. Pouco importa que viole tudo às escondidas. Pois o que importa é que o imoral, assim agindo, preserva o sistema, permitindo que a moldura de moralidade sobreviva e, um dia, quem sabe, pegue o imoral de calças curtas, cometendo o adultério contra a moralidade.

É por isso que no Brasil, quanto mais solidificada a democracia, mais estamos livres do perigo dos imorais. Enquanto tivermos uma classe média escandalizada e uma imprensa ativa, políticos fazendo a pilhagem de madrugada são apenas a exceção que confirma a regra. E ainda temos esperança. Passarão, aos poucos, a ser um percentual de anomalia do sistema, perfeitamente aceitável portanto. Algo como o que representa uma taxa de desemprego de 5% ano para o campo econômico. Faz parte do pacote capitalista.

O que é preocupante, isto sim, é a negação do jogo. É a vó e neta paulistana confessando abertamente na mesa do jantar, em discreto contentamento pela momento de cumplicidade de gerações: “Ele rouba mas faz”. Isso sim causa calafrios.

Pois outro dia vi um tipo assim, um ser amoral da mais clássica estirpe. E por alguns minutos toda uma geração de amorais brasileiros me veio à mente. O indivíduo manifestou sua amoralidade na seguinte historiazinha: contou, tranquilamente, que copiava os textos desta coluna e os colava em espaço próprio, surrupiando a autoria. O amoral contou a história e ainda esperou por uma resposta de tolerância, um “deixa pra lá” displicente. Não obteve. Indagado e informado da seriedade do ato, veio com a frase suprema da amoralidade: “Ué, mas todo mundo faz!”.

É difícil imaginar que indivíduos que nasceram e foram criandos dentro da família cristã, que foram ao colégio privado, que frequentaram aulas de ballet ou natação, que estudaram um pouco de piano e foram em festinhas inocentes com os colegas, possam, sem ruborizar, dizer em alto e bom tom: “Ué, mas todo mundo faz!”, e com isso livrar-se do peso da culpa.

Por um segundo pensei em retrucar com agressões e cheguei mesmo a pensar em revelar a identidade do gatuno. Mas de nada adiantaria. Amorais, por definição, não se dão conta do pecado. E aí reside o grande perigo da espécie, tão típica de nosso tropicalismo. E depois, haveria ainda o risco de me surpreender com as reações e ver toda a turba de amorais em manifestação de solidariedade com o infrator, todos perguntando “qual o problema”. Como estou voltando pra terrinha, não quis correr o risco. É melhor crer que nosso país sofre do mal menor, o da imoralidade congênita.

posted by The guy behind a screen @ 2:41 AM |

  Friday, June 20, 2003  

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Disclaimer

Poderia ter dito que era a primavera. Jogado a culpa na natureza e no pôr do sol depois das oito. Poderia também ter dito que era o trabalho. Horas enfurnado em contratos, reuniões, telefonemas e coffee breaks com os coleguinhas. Como estou em NY, poderia, inclusive, ter culpado o capitalismo e dito que muito tempo foi gasto fazendo compras na parte alta da cidade. Ou poderia, ainda, dizer que é simplesmente a tensão da volta que se aproxima e as ocupações de fechar o boteco, cancelar contas, jogar fora revistas que nunca foram lidas e, claro, dizer tchau para os amigos. Nada, porém, nenhuma dessas desculpas, encobriria o fato de que só eu sei de verdade: a preguiça e a falta de inspiração, quando vêm juntas, são avassaladoras.

posted by The guy behind a screen @ 4:24 PM |

  Sunday, June 08, 2003  

[ 200401524 ]
 

Dica Preciosa

A primavera se instalou de vez em N. York. É, portanto, hora de aproveitar e sair do trabalho às 5 da tarde sem sentir que este ato é uma traição à iniciativa privada. Há dois fatores, porém, que fazem a primavera ter outro significado, bem distinto daquele que entendemos no Brasil. Aí, primavera não diz quase nada, a não ser que os Ipês ficam floridos pela cidade. Não há nada mais que nos avise que mudamos de estação, além de flores esporádicas. Afinal, estamos entre trópicos e todas as estações parecem ser tão-somente uma forma disfarçada do verão. São variações do humor do verão que, às vezes, aborrecido, resolve se ausentar em julho, só de birra. Pois a verdade é que não existem estações no Brasil, nem nos calendários Pirelli. O que temos são meses e datas festivas. “Maria Rita terminou com o Alberto. Jura? Quando foi? Ah, em fevereiro, um pouco antes do carnaval”.

Tudo muito diferente do hemisfério norte, onde as estações se fazem respeitar pelo nome. Aqui, a Jenniffer traiu o George, mas todo mundo sabe que a história aconteceu no verão. Aquele verão que eles alugaram a casa na praia nos Hamptons e George foi trabalhar na Filadélfia...

Outro dado importante que faz da primavera algo especial em Manhattan é a topografia da cidade. Como Nova York é uma cidade absolutamente plana, temperaturas amenas signficam intermináveis passeios pelas calçadas. A cidade inteira sai pras ruas e há grande excitamento no ar. Todo mundo sente que algo mudou e os hormônios começam a sapatear sem ficarem envergonhados. Encontraram até nome pra isso e chamam essa época do ano de “Spring Fever”, a febre da primavera.

E parte da graça de tudo isso é sentar nos bares e restaurantes que esparramam mesas pelas calçadas. Há uma infinidade deles, todos prontos para acolhê-lo se você for caprichoso na gorjeta. Seja generoso. Os fluídos da primavera devem te atacar por inteiro.

The Roof Garden

A grande dica, porém, é pouco conhecida. Pra mim, o melhor de todos esses bares sazonais fica no telhado do Metropolitan Museum. Isso mesmo, o museu. O lugar, pouco divulgado, só abre dois meses por ano, entre a primavera e o ínicio do verão, e somente às sextas e sábados, das 5 às 8 da noite. É preciso entrar pelo museu e pagar ingresso. Não se assuste porém com os 12 dólares que se pede na portaria. Use a técnica dos advogado e leia tudo o que está escrito no quadro de avisos. Os 12 dólares pedidos são apenas uma sugestão do museu. Ou seja, dê uma de local e estique uma nota de 1 dólar. Se você se sentir um pouco sovina e constrangido, e resolver querer esticar uma nota 5, pare no ar e recolha a notinha ao bolso esquerdo da calça. Lembre-se que eles irão te cobrar tudo de volta lá em cima, quando te pedirem 7 dólares por uma garrafinha de cerveja. Dê o dolarzinho sem piedade.

Passada a etapa burocrática, procure o elevador de acesso lá no fundo. Há uma caminhada longa até lá, mas provavelmente é a entrada de bar mais chique e cara do mundo. Primeiro, você passa pela ala mezopotâmica do museu; depois, encontra vasos e ornamentos orientais, lá pela dinastia Ming. Quando estiver vendo umas cabecinhas romanas e lembrando das orgias do período, a festa lá em cima estará próxima. Tome o elevador e não contenha a cara de caipira que fará, como fez com a primeira visão do mar, ao se deparar com a vista lá do alto. Terá o Central Park inteiro aos seus pés, com a colaboração generosa do pôr do sol, que se refletirá em prédios de apartamentos de milhões de dólares, imponentemente debruçados sobre o verde do parque. Relaxe, você merece todas as cervejinhas disponíveis. Dê uma boa olhada em tudo e suspire de contentamento com a oportunidade. Mas não exagere na bebida. Lembre-se que na volta vai ter que passar por todas aquelas civilizações novamente.

Atravessar 5 mil anos de história, com todas suas faculdades civilizatórias afogadas na bebida, pode acabar sendo uma eternidade...

posted by The guy behind a screen @ 11:33 PM |

  Saturday, June 07, 2003  

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posted by The guy behind a screen @ 3:51 PM |

   

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  Wednesday, June 04, 2003  

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Sumiço

Andei sumido. Estava cansado de escrever. E estava ocupado, trabalhando. Não que o trabalho roube o tempo pra escrita. Sempre há tempo. Essa história de “há, tô sem tempo” é bobagem. Arruma-se tempo pra tudo, salvo ir a um jogo de beisebol. Aí, é preciso muito tempo. Tempo e paciência.

Mas o trabalho rouba o tempo da escrita na medida em que preenche sua imaginação com questões práticas. Onde há muitas questões práticas nossa cabeça fica temporariamente fechada para devaneios. Como falar sobre a primavera em Nova York se o cliente está preocupado em finalizar a venda da empresa, e você, como solidário advogado, está casado com a causa? Não que isso mude a primavera, ela continua aí, mas você não a percebe. É por isso que acredito que não se escreve um bom romance sem uma boa dose de vadiagem. Precisa-se vadiar para criar. E também é necessário muitas horas sozinho. Horas sem fim. Se você está muito tempo acompanhado, não consegue imaginar nada. Tua vida é apenas um diário de fatos reais. Pode haver muita picardia nos fatos e, se você for bom observador, pode descrevê-los com graça e refinamento. Mas tudo estará sempre no universo dos acontecimentos, com muito grau de realidade.

É por isso que Casanova escreveu um livro de memórias. Se estivesse desocupado, teria escrito um romance. Mas não teve tempo.

posted by The guy behind a screen @ 10:44 AM |

segredos da nossa
Língua Portuguesa
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